aquele que pintava o corpo
de estações
aquele moço que andava torto
carregava as emoções
em meio aos seus pertences
rotos, amargados em sacos
que dormia em calçadas
a pele fria, o vento forte
e o verbo fraco
aquele que andava pintado
de branco
marrom
amarelo
preto
azul
cores que tingiam a pele
e disfarçavam
a sua identidade, seu nome
seu endereço, seu retrato
quem era aquele que andava
silencioso como anda um caminhante
encerrado em seus fones de ouvidos
celulares, preocupações e sonhos
em silêncio como nós no calçadão
ele andava, se pintava
de estações
e o nosso silêncio era normal
e o silêncio do rapaz, da loucura
suas expressões
o homem que andava e se pintava
de estações.
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