sábado, 12 de dezembro de 2009

escrevo se
digo se
penso se
voce vier para pertinho de mim
alguma lugar perto daqui
algo de perto pode surgir
e nem mesmo o destino
haverá de negar
com a mulher do lado
[no more poem] e disso não se precisará.


mas enquantus
tu não vens
fico aqui
a ver
as mulheres
da orla de Camburi
fico a
ver o sol
sem remédio
fugir cínico
em meio aos prédios
fico a
correr nos meus sapatos
pesar o futuro
envergado sobre os fatos
mas sem isso
por hoje só isso resta, por isso só hoje fica;
(pegar o Transcol segunda
passar a segunda ponte
suar no trampo
no solmarelo de Cariacica).

[a volta]


quando se congestiona o tráfego
quando se infarta o trânsito
e paramos no meio exato
da ponte
ai então sem os números da matemática
começo e calculo de forma errática:
da segunda ponte se via a primeira
e a terceira
e da terceira
se via a cidade inteira!


[sobre a]

da segunda ponte se vê a terceira
e sobre a terceira afirmo:
engenho humano
que nem mesmo se
Deus quisesse, se ao invés de ter falado
tivesse no Gêneses dado um grito
conseguiria ter unido
o mar ao firmamento
como fizeram os homens
com esta peça de cimento


[nem se Deus tivesse dado um grito]

mas se a terceira ponte
se elevava ao firmamento
o convento, num lugar mais alto
era o próprio infinito!