Feliz o momento em que nos sentarmos no Transcol,
dois corpos, dois semblantes, uma única alma
- tu e eu.
E ao adentramos em Jardim América, os calores da cidade
e a voz dos passageiros nos farão imortais
- tu e eu.
As filas do terminal virão contemplar-nos
e nós lhes mostraremos o coletivo
- tu e eu.
Tu e eu, não mais separados, fundidos em êxtase,
felizes e a salvo de andar em pé
- tu e eu.
Pães de queijo com goiabadas nos cestos
por inveja perderão o encanto
no lugar em que estaremos a rir
- tu e eu.
Eis a maior das maravilhas: que tu e eu,
sentados aqui neste recanto, estejamos agora
um no terminal de Carapina, outro no Ibes
- tu e eu.
* Adaptação livre e irresponsável do poema de Jalal ud-Din RUMI a partir da tradução de José Jorge de Carvalho in Poemas Místicos - Divan de Shams de Tabriz. São Paulo: Attar Editora, 1996, p.59
quinta-feira, 9 de junho de 2016
quinta-feira, 24 de março de 2016
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
De como a situação da Ufes no verão serviu como fonte de metáforas para cantar as saudades...
I
Largada ao recreio da vida
A saudade cresceu
Como o mato incultivável que se espalha por todo entre-vão
Entre restaurante, reitoria, ic's, cemunis, biblioteca
O mato cresce, vai ao céu, se espalha horizonte, chega ao portão.
II
Tocando toda pele
A saudade punça
Como ferem os mosquitos, micuins, borrachudos que entre-voam
Rodopiam entre braços, pescoço, ombro, mordem-pernas
Os insetos voam, veem o céu, se espalham, pousam nossa-mão.
III
Sombreando o tempo
A saudade encobre
Como as folhas das árvores que tapeteiam sobre-chão
Dançam ao redor do tronco, sob esguelhados galhos
As folhas vão, contra-céu, espalhadas, sol-de-verão
IV
Hoje a grama foi cortada;
Mas quem arrancará nossa saudade?
As folhas vão, contra-céu, espalhadas, sol-de-verão
IV
Hoje a grama foi cortada;
Mas quem arrancará nossa saudade?
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
A cigana ruiva
Pequeno raio vermelho de Sol
Andas feito os trânsitos lunares
Quando chegas a mim, chega
De bebida, o vinho não velho
Nem tão pouco vermelho como
São, pois, os vermelhos de teus
cabelos;
Cigana, raio que vai embora.
ô, Ruiva.
Andas feito os trânsitos lunares
Quando chegas a mim, chega
De bebida, o vinho não velho
Nem tão pouco vermelho como
São, pois, os vermelhos de teus
cabelos;
Cigana, raio que vai embora.
ô, Ruiva.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
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