Feliz o momento em que nos sentarmos no Transcol,
dois corpos, dois semblantes, uma única alma
- tu e eu.
E ao adentramos em Jardim América, os calores da cidade
e a voz dos passageiros nos farão imortais
- tu e eu.
As filas do terminal virão contemplar-nos
e nós lhes mostraremos o coletivo
- tu e eu.
Tu e eu, não mais separados, fundidos em êxtase,
felizes e a salvo de andar em pé
- tu e eu.
Pães de queijo com goiabadas nos cestos
por inveja perderão o encanto
no lugar em que estaremos a rir
- tu e eu.
Eis a maior das maravilhas: que tu e eu,
sentados aqui neste recanto, estejamos agora
um no terminal de Carapina, outro no Ibes
- tu e eu.
* Adaptação livre e irresponsável do poema de Jalal ud-Din RUMI a partir da tradução de José Jorge de Carvalho in Poemas Místicos - Divan de Shams de Tabriz. São Paulo: Attar Editora, 1996, p.59
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